AS PESSOAS PODE ATÉ DUVIDAR DO QUE VOCÊ DIZ, MAS ELAS ACREDITARÃO NO QUE VOCÊ FAZ
Lewis Cass
Obrigado pela Visita alterar nome

SER ATLETA!!!



O texto abaixo eu encontrei em uma de minhas varias noites lendo sobre a natação, gostei e resolvi coloca-lo aqui pra você, leia-o e reflita sobre o quanto você FORTE perante os normais!!!


Ser atleta



Atletas encaixam-se perfeitamente no mito do herói. Têm que ser Atlas e carregar o mundo nas costas. Têm que dar conta de tudo e um pouco mais. Existem dois tipos de atletas: aqueles que resolvem arriscar tudo em uma única oportunidade, e abandonam tudo para se dedicar aos treinos; e aqueles que têm que se virar nos trinta para dar conta de faculdade, emprego e esporte.

Àqueles que abandonam tudo, nada resta além de uma vida cheia de treinos, treinos e mais treinos. Vive-se disto e para isto. Não resta tempo para pensar em coisas mundanas (ou seriam coisas humanas?!). Sacrifica-se o corpo e a mente (se é que existe corpo e mente, ainda tenho minhas dúvidas a respeito da separação dos dois). E assim, vai-se constituindo o ‘ATLETA’. Sim, com letras maiúsculas, porque ele é o maioral e tem que se sentir desta forma. Deve andar empinado, como um galo de briga, com o nariz para cima. Olhando a todos de um pedestal, porque se alguém o desafia, tem que estar sempre pronto. A cada dia um novo treino, uma nova série, um renovado (e recuperado) “eu”. Não deve perder tempo pensando que não pode ou não consegue, ou que talvez esteja passando um pouco dos limites. Limites?! Que limites?! Os limites estão aí justamente para serem superados. Sempre e todos os dias. Dor?! A dor é psicológica! Deve-se passar a barreira da dor para a da agonia, só assim é dignificado e torna-se um verdadeiro ‘ATLETA’.
Aos que escolhem duas vidas paralelas, uma “normal” e outra a de “atleta”, resta ajoelharem-se e pedirem misericórdia a Ave-Maria, a Jesus Cristo, ao Pai Nosso todo poderoso, quanto mais… melhor, e é bom diversificar também, porque quem sabe assim não se tem mais ajuda. Enquanto a jornada de trabalho da mulher moderna é de doze/dezesseis horas por dia, a do atleta/pessoa “normal” é de dezenove! Além de dar conta da casa, ainda deve-se dar conta dos treinos (que não diminuem e não são nada fáceis, apesar do que pensam algumas pessoas), do trabalho, ou, pior ainda, da faculdade e de todos os estágios juntos!
A rotina transforma-se em maravilha, fins de semana são completamente inexistentes. Acorda-se as cinco da manhã e chega-se em casa as onze da noite. Ainda por cima, em raras ocasiões sociais, deve-se sorrir e mostrar que está tudo bem, quase não se sente dor, sono ou cansaço. Ai você me pergunta: mas a cobrança é menor? Não caro amigo. A cobrança por resultados continua a mesma! Mas a postura deste atleta/pessoa “normal” já não é mais a mesma. Os ombros, que antes eram jogados para trás, imponentes, agora curvam-se ao peso das responsabilidades. O andar, antes arrogante e confiante, agora é arrastado pelo cansaço. No olhar, que era desafiador e destemido, agora vê-se dúvidas e incertezas sobre sua capacidade de agüentar tudo isso.
No fundo, todos ainda têm algo em comum. Todos sentem. Sentem dores, tristezas, agonias, cansaço, assim como alegrias, felicidade, êxtase. São cobrados como verdadeiras máquinas que produzem resultados, tempos, gols, cestas, ou seja lá o que for. São cobrados não só por expectadores, técnicos e famílias, mas também se cobram. Foram criados e constituídos desta forma, neste meio. Nada podem ser que não máquinas, robôs que cumprem o programa de treinos. Não podem sentir nada daquilo que sentem. E o problema é que sentimentos, são sempre sentimentos. Pensamentos são sempre pensamentos. São fluidos. Muitas vezes não conseguimos controla-los como gostaríamos. Quando as coisas fogem ao controle, da-se conta de que, apesar de ‘ATLETA’, somos todos “humanos, demasiado humanos”.
Daniela Panisi (Graduada em Psicologia - Atleta de Natação)

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